terça-feira, 29 de maio de 2018

Tradução de notícia - Cibelle


Nome: Cibelle Graziela Lessa Pereira

Atividades Práticas Supervisionadas – Conteúdo do blog: Tradução de notícia

Red squirrel numbers boosted by predator
By Victoria Gill
Science correspondent, BBC News
7 March 2018

The pine marten has emerged as an unlikely ally for the beleaguered native red squirrel in its battle with the grey squirrel.

This is according to scientists at the University of Aberdeen, who carried out an in-depth forensic study of the relationship between the three species. The pine marten is a predator of the reds, but in areas where it thrives, the number of grey squirrels reduces.

The findings are published in Proceedings of the Royal Society B.

The journal study suggests that the pine martens reverse the "typical relationship" between red and grey squirrels, where the red always loses out, according to lead researcher Dr. Emma Sheehy.

"Where pine marten activity is high, grey squirrel populations are actually heavily suppressed. And that gives the competitive advantage to red squirrels," she said. "So, you see lots of red squirrels and you see them coming back into areas where they hadn't been for quite some time."

Woodland forensics
To work this out, the team carried out what Dr. Sheehy described as "forest CSI". She and her colleagues attached sticky pads to the undersides of baited feeder boxes. "All three species use these boxes and when an animal lifts the lid with its head, it leaves us a little hair sample for our analysis," Dr. Sheehy said.

With DNA from those hair samples and images from motion-activated cameras confirming which animals were visiting the feeders, the scientists were able to assess each species' population and activity levels.

Pine martens – cat-sized members of the weasel family – are gradually becoming re-established in parts of Scotland, after their near extinction in the UK.

They used to be trapped in large numbers by game-keepers, and also hunted for their fur, which was a valuable export from Scotland.

It has been illegal to hunt the animals since the 1980s, and their numbers are now increasing. In recent years, evidence has emerged that they are also crossing the border and becoming established in Northumberland. A small population of the mammals was also relocated in 2015 from Scotland to Wales.

This evidence – that their comeback has given a boost to red squirrel survival – could indicate that they are able to catch and eat the non-native greys more easily. "Red squirrels co-evolved with pine martens," explained Dr. Sheehy. "They've managed to co-exist over such a long time and their population doesn't seem to be affected by losing the odd individual to a predator."

Grey squirrels on the other hand were introduced from the eastern coast of North America, where there are no pine martens. "They aren't used to living with a predator so adept at climbing trees, and they spend a lot more time on the ground. So, theoretically, they are much more susceptible," Dr. Sheehy told BBC News.

"We have the case of the recovery of one very rare protected species actually helping the recovery of another species, for which we didn't know what the future held. "So, it's kind of a two-in-one good news conservation story."

Co-author, Xavier Lambin, a professor of ecology at Aberdeen, commented: "Over time, this should lead to the near elimination of grey squirrels, though much uncertainty remains on the time required before this outcome materializes.

Crucially, in relation to red squirrel conservation and the interests of the Red Squirrel Survival Trust (RSST), we find a strong positive association between red squirrel occupancy and pine marten density. This result is obviously very important and should alleviate the concerns expressed by some that the pine marten will depress red squirrel abundance after they have 'finished off' the grey squirrels."

Atividades Práticas Supervisionadas – Conteúdo do blog: Tradução de notícia

Números de esquilo vermelho impulsionados pelo predador
Por Victoria Gill
Correspondente de Ciências, BBC News
7 de março de 2018

A marta-do-pinheiro emergiu como um improvável aliado do esquilo nativo sitiado em sua batalha contra o esquilo cinzento.
Análise: Para realizar a tradução desse trecho, foi necessário pesquisar a espécie em questão (pine marten) e verificar como ela já é traduzida, uma vez que, dependendo da região, essa espécie recebe outros nomes, tais como “marta-do-pinheiro”, “marta-do-pinheiro-europeia”, “marta-zibelina da Europa e da Ásia” e “marta-americana”.

É o que dizem os cientistas da Universidade de Aberdeen, que realizaram um estudo forense aprofundado sobre a relação entre as três espécies. A marta-do-pinheiro é um predador dos esquilos vermelhos, mas nas áreas onde ela cresce, o número de esquilos cinzentos diminui.

Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the Royal Society B (Procedimentos da Sociedade Real B[1]).
Análise: Como se trata do nome de uma revista, o procedimento tradutório foi manter seu nome original (técnica do empréstimo) e colocar entre parênteses a tradução literal para o leitor. Além disso, optou-se pela inserção da nota de rodapé para dar informações adicionais sobre o termo.

O estudo da revista sugere que as martas-do-pinheiro invertam a "relação típica" entre esquilos vermelhos e cinzentos, onde o vermelho sempre perde, de acordo com a pesquisadora-chefe, Emma Sheehy.

"Onde a atividade das martas-do-pinheiro é alta, as populações de esquilos cinzentos são muito suprimidas”. “E isso dá vantagem competitiva aos esquilos vermelhos", disse ela. “Então, vemos muitos esquilos vermelhos voltando para áreas onde eles não estavam há algum tempo."

Investigação Forense da Floresta
Para resolver isso, a equipe realizou o que a Dra. Sheehy descreveu como "Forest CSI[2]" (CSI da Floresta). Ela e seus colegas colocaram almofadas adesivas na parte de baixo das caixas alimentadoras. "Todas as três espécies usam essas caixas e quando um animal levanta a tampa com a cabeça, nos deixa uma pequena amostra de pelo para nossa análise", disse Sheehy.
Análise: O pronome de tratamento “dra.”, em inglês, é invariável (“dr.” para o feminino e masculino), mas se deve se atentar ao fato de que, em português, há a flexão de gênero. O tradutor consegue identificar a quem se refere quando o nome “Emma” é informado, em parágrafo anterior.
O termo “Forest CSI”, usado pela pesquisadora, foi mantido em seu original (técnica do empréstimo) e, entre parênteses (“CSI da Floresta”), mantendo-se, portanto, a sigla inglesa “CSI”, para “Crime Scene Investigation” e, em nota de rodapé, a sua explicação.  
Outro fato curioso do trecho é a palavra “hair” que,  em inglês, significa tanto “cabelo” como “pelo”. Aqui, como se trata de um animal, normalmente a referência é para “pelo” ou “pelos” que revestem seus corpos. Aqui a escolha é do tradutor, que deve peneirar os melhores termos para deixar seu texto o mais natural possível.

Com o DNA dessas amostras de pelo e imagens de câmeras ativadas por movimento confirmando quais animais estavam visitando os alimentadores, os cientistas puderam avaliar os níveis populacionais e de atividade de cada espécie.

As martas-do-pinheiro – espécies do tamanho de gatos da família da doninha – estão gradualmente se restabelecendo em partes da Escócia, após sua quase extinção no Reino Unido.
Análise: Embora o trecho em inglês apresente a palavra “members”, optou-se, na tradução, pela palavra “espécies”, para evitar a ambiguidade da palavra “membros”, que pode significar “alguém que pertence a” ou “partes do corpo humano” – braços ou pernas.

Elas costumavam ser presas em grande número por tratadores e também caçadas por sua pele, que era uma exportação valiosa da Escócia.
Análise: Como o pronome “they” ora significa “eles”, ora “elas”, o tradutor deve se atentar sempre ao parágrafo anterior para ver a quem está se referindo. Aqui, por exemplo, está se referindo às “martas” (“elas”), o que requer sempre uma revisão detalhada para averiguar discordâncias nominais na tradução.

É ilegal caçar os animais desde a década de 1980 e seu número está aumentando. Nos últimos anos, surgiram evidências de que eles também estão cruzando a fronteira e se estabelecendo em Northumberland. Uma pequena população de mamíferos também foi transferida em 2015 da Escócia para o País de Gales.

Esta evidência – cujo retorno deu um impulso à sobrevivência dos esquilos vermelhos – pode indicar que eles são capazes de capturar e comer os cinzas não-nativos mais facilmente. "Esquilos vermelhos evoluíram juntamente com as martas-do-pinheiro", explicou a Dra. Sheehy. "Eles conseguiram coexistir durante tanto tempo e sua população não parece ser afetada pela perda do indivíduo estranho para um predador".
Análise: Embora, em inglês, esteja escrito “co-evolved” (“coevoluíram”), utilizou-se aqui do procedimento da transposição para dizer a mesma coisa, rearranjando-se as estruturas “co-evolved” para “evoluir juntamente”, que soa mais natural para a língua portuguesa.

Os esquilos cinzentos, por outro lado, foram introduzidos a partir da costa leste da América do Norte, onde não há pinheiros. "Eles não estão acostumados a viver com um predador tão adepto de escalar árvores e passam muito mais tempo no chão. Então, teoricamente, eles são muito mais suscetíveis", disse Sheehy à BBC News.

"Temos o caso da recuperação de uma espécie protegida muito rara que ajudou na recuperação de outra espécie, para a qual não sabíamos o que o futuro reservava." “Então, são duas boas notícias em uma só.”

O coautor, Xavier Lambin, professor de Ecologia em Aberdeen, comentou: "Com o tempo, isso deve levar à quase eliminação de esquilos cinzentos, embora ainda haja incerteza quanto ao tempo necessário para que esse resultado se materialize.

Fundamentalmente, em relação à conservação do esquilo-vermelho e aos interesses do Red Squirrel Survival Trust (RSST)[3], encontramos uma forte associação positiva entre a ocupação do esquilo-vermelho e a densidade de martas-do-pinheiro. Este resultado é muito importante e deve aliviar as preocupações expressas por alguns de que a marta-do-pinheiro diminuirá a abundância do esquilo-vermelho depois de terem "eliminado" os esquilos cinzentos."
Análise: Para o nome da organização – RSST, utilizou-se do empréstimo (manter o termo como é no original) e inserir nota de rodapé para dar informações adicionais ao leitor. Como a explicação é um tanto longa, não ficaria adequado inseri-la por meio de abertura de parênteses no próprio texto, o que poderia quebrar o ritmo da leitura.

A análise do processo de tradução

Este relatório tem como objetivo analisar os processos de tradução empregados e as dificuldades pelos profissionais da área.
 O texto analisado foi uma reportagem do BBC News, departamento dentro da British Broadcasting Corporation responsável pela área de jornalismo e notícias da corporação, e pela produção de seus programas de notícias, tanto para a televisão como para a rádio e internet, de março de 2018. A reportagem, da seção de meio ambiente, trata do estudo da relação entre esquilo nativo, esquilo vermelho e a marta-dos-pinheiros.
Para a tradução, foram utilizadas as técnicas de modulação, tradução literal, a transposição obrigatória e facultativa. Foram utilizados como ferramentas o Google Translate, Linguee, Word Reference, dicionários físicos português-inglês e inglês-inglês.
Optou-se pelo uso do termo “marta-do-pinheiro”, mas dependendo da região, o animal pode receber outros nomes.
O nome da revista Proceedings of the Royal Society B foi mantido e sua tradução colocada como nota de rodapé. O mesmo ocorreu com o termo Red Squirrel Survival Trust (RSST): utilizou-se do empréstimo (manter o termo como no original) e inserir nota de rodapé para dar informações adicionais ao leitor.
A palavra hair foi traduzida como “pelo” por tratar-se de uma espécie animal. O termo “Forest CSI”, usado pela pesquisadora, foi mantido em seu original (técnica do empréstimo) e, entre parênteses (“CSI da Floresta”), mantendo-se, portanto, a sigla inglesa “CSI”, para “Crime Scene Investigation” e, em nota de rodapé, a sua explicação.
Embora, em inglês, esteja escrito “co-evolved” (“coevoluíram”), utilizou-se aqui do procedimento da transposição para dizer a mesma coisa, rearranjando-se as estruturas “co-evolved” para “evoluir juntamente”, que soa mais natural para a língua portuguesa.

Apesar de ser um texto longo, foi um processo dinâmico e interessante, pois como trata-se de reportagem jornalística, área em que atuo, foi prazeroso analisar mais uma vertente da minha profissão.



[1] Principal periódico de publicação de pesquisas biológicas da Royal Society, dedicado à rápida publicação e  disseminação mundial de pesquisas de alta qualidade.
[2] CSI: Crime Scene Investigation (Investigação da Cena do Crime).
[3] Órgão nacional estabelecido para garantir a conservação e proteção do esquilo-vermelho no Reino Unido.

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