quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva         Matricula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                       Matricula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                      Matricula: C530FF-0

Redigido por: Bruna G. L. F. da Silva

A escrita machadiana, que dá início ao Realismo no Brasil, quebra alguns paradigmas da era romântica, se apropriando do uso da objetividade. Machado busca, através de suas obras, quebrar padrões de uma sociedade que se mostra hipócrita, se utilizando de metalinguagem, ironia, humor, pessimismo e a intertextualidade com obras importantes e consagradas. Ao contrário dos autores românticos, Machado se apropria de uma linguagem mais simples e mais fácil de ser entendida. Em acréscimo, acrescenta várias referências culturais no geral, fazendo com que o leitor se sinta esnobado.
Em sua fase dentro do Realismo, Machado constantemente questiona a estratégia de escrita que fora abordada dentro do período romântico. No começo de Memórias Póstumas, já deixa subentendido que Brás Cubas não espera agradar seus leitores com sua história de vida contada após sua morte. Seu jogo de palavras ao dizer que é um defunto autor ao invés de um autor defunto chama a atenção, pois assim ele frisa que virou autor após a sua morte, e não o contrário.
Outra quebra de paradigma que Machado trás nesta história é que Brás Cubas sempre demonstra um ar de superioridade arrogante (que chega a se tornar bobo em alguns momentos) e de demonstrar que não tem nada que o abale e o deixe vulnerável. Mas Machado, ao longo do livro, faz questão de revelá-las para mostrar este lado vulnerável que o ser humano muitas vezes esconde.
Brás Cubas, no inicio do primeiro capítulo “de seu livro”, faz uma sutil comparação com os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada, dizendo que não faria como Moisés (que colocou sua morte ao final do Pentateuco), mas sim a contaria no começo do livro.
Quando Brás Cubas descreve os instantes após a sua morte, podemos perceber que ele nos passa informações desnecessárias (como data e hora de sua morte) que não interessam e nem acrescentam em nada a história para quem está lendo. Mas, ao mesmo tempo, transmite a informação de que era um homem de posses e que achava que as onze pessoas que compareceram em seu enterro era um número muito baixo para um homem como ele.
No decorrer de seu livro, conta sua busca e sua luta para alcançar seus objetivos, porém todos sem sucesso. Então há um tom de frustração em suas palavras por não ter conseguido nada que almejou em sua vida.
Então, no final do livro, ele acaba por dizer nas entrelinhas que a vida não é lá essas coisas, que há sim a possibilidade de nada dar certo na sua vida (o que pode ser uma estratégia adotada por conta do estilo negativo que o Realismo carrega), descontruindo também a imagem de que, para ser feliz, você tem de ter um casamento ideal com filhos para propagar a sua linhagem.

Referências Bibliográficas

Realismo no Brasil. http://www.infoescola.com/literatura/realismo-no-brasil/
CRÍTICA SOCIAL ATRAVÉS DA IRONIA NAS OBRAS DE MACHADO DE ASSIS http://www.isciweb.com.br/revista/16-numero-02-2015/122-critica-social-atraves-da-ironia-nas-obras-de-machado-de-assis

ENTRE A GRAVIDADE E O RISO: ROMANTISMO E IRONIA NA CRÍTICA LITERÁRIA DE MACHADO DE ASSIS https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/vertentes/v.%2019%20n.%202/Edilson_Santos.pdf

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