Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva Matrícula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa Matrícula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva Matrícula: C530FF-8
Redigido por Cibelle Lessa
"O Cortiço" é considerado um
dos principais representantes da literatura e que demonstra formas tipológicas,
caracterização de ambientes, veracidade da realidade e principalmente crítica
sobre a sociedade humana e o ambiente que os próprios personagens recriam.
Essas características estão presentes no que se refere à estética naturalista,
pois é fundamentada na ideia de que o homem é produto do meio. A obra de
Aluizio de Azevedo é dotada dessas características que podem representar uma
sociedade recriada baseada no critério de transformar ambientes e a si mesmas.
O ambiente em o Cortiço é o retrato do poder, da luxúria, da avareza e das
formas tipológicas que são recriadas e ambientalizadas.
No espaço físico desse romance há vários aspectos que destacam esses conceitos. Por se tratar de um ambiente hostil e onde há domínio do coletivo sobre o individual, o homem é definido como produto do meio (social e/ou natural), do momento e da raça a que pertence. Este mesmo espaço não descarta a interferência dos personagens no ambiente. O que se define por espaço físico é a estrutura do lugar, a descrição lógica e objetiva do espaço como cenário; aqui, o ambiente é caracterizado pela função que os personagens desempenham na história, transformando o cenário inerte em um participante da história.
Muitas
vezes, o personagem protagonista é o próprio espaço físico: o Cortiço. Quando
analisado o crescimento desse espaço, destaca-se um personagem: João Romão. À
medida em que o Cortiço cresce, João Romão cresce também. É possível notar que
não é o personagem que modifica o cenário e sim, o próprio cortiço que modifica
o personagem. A ideia de coisificação do homem define o mesmo como objeto deste
meio.
Insere também nesse contexto a ideia de socialização, pois, no decorrer da obra, com o crescimento do ambiente aparecem personagens que podem ser descritos de formas definidas, mas com características diversas, criando uma interrelação passiva entre ambiente/ personagem. Esta interrelação que caracteriza o espaço com os personagens pode ser definida pelas próprias sensações sugeridas no texto, como
tensão, conflitos de valores, insinuações moralistas e libidinosas e expressões que definem um ambiente pela sua relação com o personagem; a tensão é marcada, por exemplo, pela disputa entre João Romão, dono do Cortiço e Miranda, dono de uma estalagem.
Esses conflitos de valores também definem essa relação dialética quando personagens se corrompem, como é o caso de Jerônimo- homem que representava o trabalho e a disciplina e se transforma pelo desejo de ter riquezas e de possuir a mulata Rita Baiana. Por estas razões, Jerônimo se torna um malandro preguiçoso; Rita Baiana, "com sua sensualidade e seu sangue quente”, fez Jerônimo esquecer seus valores e tornar-se um produto do meio.
O espaço físico também interage com os personagens e se personifica, como se pode notar no trecho:
[...] eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia
[...]
Quanto ao vocabulário da obra,
observa-se que o narrador,
em tom neutro, explica o motivo para que as personagens
tenham atitudes mal vistas pela sociedade. Há presença
do zoomorfismo, retratando suas personagens através da
aproximação entre os humanos e os comportamentos animais.
Não segue uma cronologia exata, afinal as personagens se lembram de fatos anteriores à história, dando ao leitor uma explicação para seus atos. As descrições do ambiente e das personagens – através do relato de seus hábitos e ambições – eram marcadas pelo uso de elementos auditivos, olfativos e visuais, evidenciando o relato fiel que o autor fez da realidade social daquele período.
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