terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Relatório APS

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva         Matricula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                       Matricula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                      Matricula: C530FF-0

Redigido por: Cibelle G. Lessa

No 6° semestre de Letras- Bacharel, tivemos a matéria Literatura Brasileira- Prosa, onde estudamos diversas obras do cânone brasileiro dentro da periodização e decisivas para a formação da cultura da prosa literária no Brasil.
As primeiras obras analisadas foram a Carta de Pero Vaz de Caminha e o Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira.  A carta foi de fundamental importância da construção de identidade nacional brasileira através dos relatos detalhados sobre a nova terra descoberta, suas riquezas, seus habitantes e costumes.  De cunho descritivo, as informações coletadas eram dirigidas ao rei de Portugal para que houvesse conhecimento das riquezas e que o povo que ali habitava poderia ser facilmente convertido.  Já no Sermão da Sexagésima, Vieira questiona a constante perda de fiéis da Igreja Católica após a Reforma Protestante e procura achar um culpado para este fato.  Ao escrever o sermão, nota-se a o uso do conceptismo, visando envolver o leitor com seu conteúdo, além da metalinguagem, metáforas, analogias, comparações, alegorias e da arte de persuadir para assim trazer mais fiéis ao Catolicismo.
No Romance romântico, as personagens femininas de Alencar e a ideologia romântica foram investigadas na obra Senhora.  Apesar de ter um núcleo considerável de personagens, a que mais se destaca e Aurélia, pois é diferente das demais. Ela rompe com os papéis femininos das obras deste período porque se comporta de maneira inesperada. É uma mulher que, ao herdar uma fortuna, conduz sua vida com confiança e inteligência. Não se demonstra submissa e sim, destemida e autônoma. Seu comportamento é típico de uma esquizofrênica, já que se vê dividida entre sentimentos contraditórios até o final do romance. O amor parece ser sua salvação, redimindo-a de perder o homem que ama por causa de seu orgulho.
Ainda no Romantismo, Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, foi a escolhida. O trabalho consistiu em selecionar questões de vestibular envolvendo a obra junto de seu gabarito e análise de suas respostas. Uma das questões foi indicar a alternativa correspondente ao protagonista da obra, e a resposta correta era o contínuo e divertido esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os intervalos da boa sorte, já que Leonardo e as demais personagens trazem no texto o jeitinho malandro, tipicamente brasileiro, segundo estereótipos, ao resolver problemas e encarar situações adversas. Seu jeito malandro era uma das principais características destacadas na obra.
O Cortiço foi a obra do Naturalismo determinada para estudo. As formas tipológicas, a caracterização de ambientes, a veracidade da realidade, crítica sobre a sociedade humana e o ambiente em que os próprios personagens recriam foram observados. Estas características são típicas da estética naturalista, pois é fundamentada na ideia de que o homem é produto do meio. Aluizio de Azevedo adota estas peculiaridades que representam uma sociedade baseada no critério de transformar ambientes e a si mesmas. Em o Cortiço, o ambiente é retrato de poder, luxúria, avareza e das formas tipológica. Muitas vezes, o personagem é o próprio espaço físico. Quando analisado o crescimento desse espaço, destaca-se João Romão. À medida que este personagem cresce, o Cortiço cresce também. Não é o personagem modificando o cenário e sim, o contrário. O narrador, em tom neutro, explica o motivo para que as personagens tenham atitudes mal vistas pela sociedade, além da presença de zoomorfismo, retratando as personagens através da aproximação entre humanos e comportamentos animais.
Encerrando o primeiro bimestre, foi analisada a ironia e estratégias criativas da escrita de Machado de Assis contida em Memórias Póstumas de Brás Cubas, pertencente ao Realismo. O autor deixa subentendido que Brás Cubas não espera agradar seus leitores com sua história de vida contada após sua morte. Seu jogo de palavras ao dizer que é um defunto autor ao invés de um autor defunto chama a atenção, porque assim frisa que virou autor após a morte, e não o contrário. Outra quebra de paradigma que Machado nesta história é que Brás Cubas sempre demonstra um ar de superioridade arrogante e que não há nada que o abale e o deixe vulnerável. Ao longo do livro, o autor faz questão de revelá-las para mostrar este lado vulnerável que o ser humano muitas vezes esconde. Ao final, Brás Cubas diz que a vida não é lá essas coisas e que existe a possibilidade de nada dar certo no fim das contas, descontruindo a imagem de que para ser feliz, é necessário um casamento ideal com filhos para propagar a linhagem.
Estas foram as obras analisadas e ler uma obra literária é sempre um desafio. Entretanto, com as técnicas abordadas em sala de aula, foi uma tarefa muito agradável para os amantes da literatura.

O Grande Sertão Veredas / A Terceira Margem do Rio

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva         Matricula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                       Matricula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                      Matricula: C530FF-0

Redigido por: Rafael Pereira da Silva

Em O Grande Sertão Veredas, uma história extensa com aproximadamente 600 páginas, há uma combinação de vários temas que são apresentados ao longo da obra de João Guimarães Rosa, por meio do relato da história de vida de Riobaldo, um ex-jagunço, contada pelo próprio, como por exemplo: o bem e o mal, a questão de Deus e o Diabo e, há também, reflexões sobre a vida.

Já A Terceira Margem do Rio, por ser um conto, não abrange vários temas como os vistos em O Grande Sertão Veredas, mas o principal e que está enraizado na história é a loucura.

Ambas as obras, possuem uma cena semelhante, pois em O Grande Sertão Veredas, há um momento ao qual Riobaldo e Reinaldo (Diadorim) estão em uma canoa cruzando o rio São Francisco e em A Terceira Margem do Rio a história gira entorno do filho que narra sobre o seu pai que havia encomendado uma canoa resistente e se lançou ao rio dentro dela.

O estilo de Guimarães Rosa é intrigante e muito interessante, pois ele utiliza da oralidade em formato de discurso, o que às vezes leva os leitores a compreenderem como um monólogo, quando não é.


Ele utiliza neologismos, figuras de linguagem, repetição e o modo como constrói a sintaxe torna suas obras ricas e originais. Ele também faz uso do arcaísmo ao introduzir palavras antigas que já caíram em desuso e a fala de maneira escrita, o que torna a leitura difícil durante o começo, mas que após algumas páginas e mais habituado com sua forma de escrever, faz o leitor ser puxado para história e ler de maneira mais fluida.

sábado, 11 de novembro de 2017

Vidas Secas / São Bernardo

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva                            Matricula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                                          Matricula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                                         Matricula: C530FF-0

Redigido por: Bruna G. L. F. da Silva

Nas obras Vidas Secas e São Bernardo, ambos de Graciliano Ramos, há a utilização do discurso indireto livre. É uma técnica que une o dinamismo e a simultaneidade dos acontecimentos da narrativa. Quando o autor se apropria desta técnica, não há marcas que demonstrem que são falas do narrador ou falas do personagem, portanto, fica difícil de determinar o início e o fim das falas do personagem por que também estão inseridas as falas do narrador, eximindo- o de qualquer tipo de sentimento, reação ou pensamento do personagem. Nestas obras há também o uso do discurso indireto (em que o narrador fala pelo personagem) e do discurso direto (o personagem tem liberdade para se expressar).

Um exemplo de discurso indireto livre em Vidas Secas é quando Fabiano, Sinhá Vitória e seus dois meninos estão caminhando pelo sertão:
“(...) Em que estariam pensando? Zumbiu Sinhá Vitória. Fabiano estranhou a pergunta e rosnou uma objeção. Menino é bicho miúdo, não pensa. Mas Sinhá Vitória renovou a pergunta – e a certeza do marido abalou-se. Ela devia ter razão. Tinha sempre razão. Agora desejava saber que iriam fazer os filhos quando crescessem.
– Vaquejar, opinou Fabiano.” (RAMOS, 1938, p.68)
Em São Bernardo, um exemplo de discurso indireto livre é quando Paulo Honório se dirige ao hotel, logo depois de conhecer D. Glória e Madalena no caminho:
“No hotel marchei para o banheiro, fui tirar o carvão e o suor. E ia-me sentando à mesa quando chegaram João Nogueira, Azevedo Gongim e padre Silvestre.” (RAMOS, 1934, pág. 49)
O tempo nas duas obras tem traços cronológicos, onde os personagens retratam fatos decorrentes de seu próprio presente na história, relatando o cotidiano e suas relações com outros personagens das respectivas obras. Porém, o que mais se pode observar é o tempo psicológico, que vem da mente dos personagens e transmite a sensação de que se prende às memórias de acontecimentos em suas vidas e que lhe trouxeram resultados (nestas duas obras) negativos. Isso se torna um marco em suas vidas e, quando vivenciadas novamente, fazem parecer que a duração destes acontecimentos fosse longa, porém tinha durado por apenas alguns minutos ou horas.

Trecho de tempo psicológico em Vidas Secas:
“Pobre do papagaio. Viajara com ela, na gaiola que balançava em cima do baú de folha. Gaguejava: - “meu louro.” Era o que sabia dizer. Fora isso, aboiava arremedando Fabiano e latia como Baleia. Coitado. Sinhá Vitória nem queria lembrar-se daquilo. Esquecera a vida antiga, era como se tivesse nascido depois que chegara à fazenda.” (RAMOS, 1938, p.43)
Trecho de tempo psicológico em São Bernardo:
“A voz de Madalena continua acariciar-me. Que diz ela? Pede-me naturalmente que mande algum dinheiro a mestre Caetano. Isto me irrita, mas a irritação é diferente das outras, é uma irritação antiga, que me deixa inteiramente calmo. Loucura uma pessoa estar ao mesmo tempo irritada e tranquila. Mas estou assim. Irritado contra quem? Contra mestre Caetano. Não obstante ele ter morrido, acho bom que vá trabalhar. Mandrião! A toalha reaparece, mas não sei se é esta toalha sobre que tenho as mãos cruzadas ou a que estava aqui há cinco anos.” (RAMOS, 1934, p. 102 e 103).
BIBLIOGRAFIA

O DISCURSO INDIRETO LIVRE EM VIDAS SECAS, DE GRACILIANO RAMOS http://www.filologia.org.br/abf/volume3/numero1/05.htm
Dialogismo e ironia em São Bernardo, de Graciliano Ramos https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/113710/ISBN9788539303571.pdf?sequence=1
A LITERATURA SOB UMA PERSPECTIVA MÍTICA E SIMBÓLICA: A ANÁLISE DE VIDAS SECAS http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1604/TCC%20-%20Vin%C3%ADcius%20Dill%20Soares.pdf?sequence=1

ANÁLISE DO ROMANCE SÃO BERNARDO, DE GRACILIANO RAMOS. http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=58651&cat=Artigos

Capitães da Areia / Cidade de Deus

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva               Matrícula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                             Matrícula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                            Matrícula: C530FF-8

Redigido por Cibelle Lessa

Publicado originalmente em 1937, Capitães da Areia, de Jorge Amado, denuncia a situação de abandono em que se encontram os meninos de ruas nas cidades brasileiras e política da regeneração pela violência. Trata-se de uma ficção que visa denunciar a situação de abandono em que se encontram os meninos de rua. Por isso, é considerado um romance de denúncia social.

Jorge Amado narra a história de personagens, unidas pela miséria, mas também pelo crime, que agem como quadrilheiros juvenis e praticam pequenos furtos em Salvador. Eles formam os “Capitães da Areia”. Levavam vida nem sempre fácil, arranjando o que comer e o que vestir, ora carregando uma mala, ora furtando carteiras e chapéus, ora ameaçando homens, por vezes pedindo esmola.

Tendo morado na Cidade de Deus, Paulo Lins, autor do romance, conhece o cotidiano, as histórias, a violência e toda a vida do local, da favela que dá título à obra. Dessa forma, a história narrada em Cidade de Deus é baseada em fatos reais. Nos anos 1960, Cidade de Deus é um complexo habitacional recém-construído longe do centro do Rio de Janeiro, com pouco acesso à eletricidade e água. Três ladrões amadores conhecidos como "Trio Ternura" aterrorizam os negócios locais. Eles dividem parte do dinheiro roubado com os habitantes da favela e, em troca, são protegidos por eles. Vários garotos acompanham e idolatram o trio, e, um deles, chamado de Dadinho, os convence a roubar um motel. A gangue concorda, porém, decide não matar ninguém e, achando que Dadinho é pequeno demais para participar, deixa ele como vigia. Insatisfeito, Dadinho dá um tiro de advertência no meio do roubo e procede para satisfazer seu desejo assassinando todos ocupantes no motel. O massacre chama a atenção da polícia, fazendo com que o Trio Ternura deixe a favela.
Como qualquer grupo organizado, os Capitães da Areia têm uma base e um líder. A base é o trapiche abandonado onde dormem “em companhia dos ratos, sob a lua amarela”.  Todos os integrantes dos Capitães da Areia são todos muito jovens e têm trajetórias semelhantes de abandono nas ruas de Salvador. O líder é Pedro Bala, um adolescente loiro e bom de briga que conquista a liderança do grupo.  Mas o chefe dos Capitães da Areia também é um menino solitário: órfão, porque nunca soube de sua mãe, e seu pai morrera durante uma greve, há dez anos vagabundeia pelas ruas da Bahia.   

Em Cidade de Deus, vê-se o surgimento das quadrilhas e seus pequenos assaltos, movidos mais pela vontade de obter dinheiro e levar uma vida mais confortável do que pela sede de poder. A atuação da polícia no combate ao crime é, apesar de violenta, efetiva.

Um aspecto interessante Capitães de Areia é a sexualidade dos meninos de rua. A presença desse elemento, que por sinal é marcante na obra de Jorge Amado, aparece por mais de uma vez, mas não de uma maneira romântica, idealizada. Na verdade, acostumados a viver submetidos a um código próprio o sexo surge co­mo uma descoberta instintiva e des­regrada. Desse modo, os Ca­pitães da Areia falavam naturalmente em mulher. Cedo conheciam os mistérios do sexo.  Mas este conhecimento que tinham do sexo era tão violento quanto à vida que levavam- não havia amor. Disso sobressai o microcosmo em que os meninos de rua vivem: o trapiche é a casa deles, mas também a porta aberta para o mundo.

Cidade de Deus se aproxima dos romances real-naturalistas na medida em que há uma animalização das personagens (imposição do poder através da “lei do mais forte”, a crueldade, o apetite sexual desgovernado, etc.) e também um exagero nas descrições de pormenores das brutalidades narrados.
No ambiente hostil de fome, violência, criminalidade, desprezo social, no submundo da cidade de Salvador em que vivem os Capitães da Areia, enfim, um dos medos que aflige os meninos de rua é a doença.  Além disso, a polícia é uma ameaça constante na vida dos Capitães da Areia. O episódio da narrativa mais representativo disso dá-se com a prisão de Pedro Bala, que, mandado ao Reformatório, experimenta o tratamento oficial para reformar e regenerar crianças e adolescentes desviados.  A prisão de Pedro Bala é o mote para desvelar a máscara da política estatal. Crianças e adolescentes são reformados na base da porrada. O Estado alcança os jovens delinquentes, mas não para propiciar os direitos suprimidos, a escola, a saúde, a educação não vêm. O que chega aos meninos de rua é a mão forte do reformatório, que lhes cassa a liberdade, soqueia, senta a cinta, vibra o chicote. O Estado apresenta-se ainda mais violento que as ruas de Salvador.  

No reformatório, onde deveria se regenerar, Pedro Bala passas seus dias na solitária, cheio de fome e sede, que lhe dão tempo para pensar. E tudo no que pensa é no ódio, no desejo de vingança. No reformatório baiano da pobreza, o chefe dos Capitães da Areia aprende a suportar as dores no corpo espancado e a sobreviver com pouca água, quase nenhuma comida.
Em Cidade de Deus, os homens impiedosos que coordenam aquele lugar são ainda garotos. Em outros lugares, as crianças dessa idade brincam com armas de brinquedo; os garotos disparam tiros reais com armas reais. As cenas descrevem a favela como um local de perversão e transgressão onde a mensagem é: mesmo que você viva no inferno, a vida não é uma mera questão de chance, mas uma questão de escolha.  A prática de crimes como homicídio e tortura, entre outros, é uma constante, já que crianças e adolescentes, para ascenderem dentro do mundo do narcotráfico e conquistarem prestígio no grupo, devem desenvolver uma história de violência.

Apesar de toda tragédia, Capitães da Areia reserva momentos de lirismo. É quando se revela que os temidos jovens delinquentes, que cresciam e se afirmavam no uso da navalha e do punhal, também possuíam a capacidade de maravilhar-se com um brinquedo. Porque o carrossel, no fundo, era apenas isto: um brinquedo para quem não tivera a chance de brincar como qualquer outra criança. Um brinquedo para aqueles que queriam esquecer tudo, toda a miséria e abandono, e ser “iguais a todas as crianças”. Já Cidade de Deus não fala apenas de uma questão sócio-política brasileira, mas sim, de uma questão global. Trata das sociedades que se desenvolvem na periferia do mundo civilizado e da infância perdida.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva         Matricula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                       Matricula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                      Matricula: C530FF-0

Redigido por: Bruna G. L. F. da Silva

A escrita machadiana, que dá início ao Realismo no Brasil, quebra alguns paradigmas da era romântica, se apropriando do uso da objetividade. Machado busca, através de suas obras, quebrar padrões de uma sociedade que se mostra hipócrita, se utilizando de metalinguagem, ironia, humor, pessimismo e a intertextualidade com obras importantes e consagradas. Ao contrário dos autores românticos, Machado se apropria de uma linguagem mais simples e mais fácil de ser entendida. Em acréscimo, acrescenta várias referências culturais no geral, fazendo com que o leitor se sinta esnobado.
Em sua fase dentro do Realismo, Machado constantemente questiona a estratégia de escrita que fora abordada dentro do período romântico. No começo de Memórias Póstumas, já deixa subentendido que Brás Cubas não espera agradar seus leitores com sua história de vida contada após sua morte. Seu jogo de palavras ao dizer que é um defunto autor ao invés de um autor defunto chama a atenção, pois assim ele frisa que virou autor após a sua morte, e não o contrário.
Outra quebra de paradigma que Machado trás nesta história é que Brás Cubas sempre demonstra um ar de superioridade arrogante (que chega a se tornar bobo em alguns momentos) e de demonstrar que não tem nada que o abale e o deixe vulnerável. Mas Machado, ao longo do livro, faz questão de revelá-las para mostrar este lado vulnerável que o ser humano muitas vezes esconde.
Brás Cubas, no inicio do primeiro capítulo “de seu livro”, faz uma sutil comparação com os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada, dizendo que não faria como Moisés (que colocou sua morte ao final do Pentateuco), mas sim a contaria no começo do livro.
Quando Brás Cubas descreve os instantes após a sua morte, podemos perceber que ele nos passa informações desnecessárias (como data e hora de sua morte) que não interessam e nem acrescentam em nada a história para quem está lendo. Mas, ao mesmo tempo, transmite a informação de que era um homem de posses e que achava que as onze pessoas que compareceram em seu enterro era um número muito baixo para um homem como ele.
No decorrer de seu livro, conta sua busca e sua luta para alcançar seus objetivos, porém todos sem sucesso. Então há um tom de frustração em suas palavras por não ter conseguido nada que almejou em sua vida.
Então, no final do livro, ele acaba por dizer nas entrelinhas que a vida não é lá essas coisas, que há sim a possibilidade de nada dar certo na sua vida (o que pode ser uma estratégia adotada por conta do estilo negativo que o Realismo carrega), descontruindo também a imagem de que, para ser feliz, você tem de ter um casamento ideal com filhos para propagar a sua linhagem.

Referências Bibliográficas

Realismo no Brasil. http://www.infoescola.com/literatura/realismo-no-brasil/
CRÍTICA SOCIAL ATRAVÉS DA IRONIA NAS OBRAS DE MACHADO DE ASSIS http://www.isciweb.com.br/revista/16-numero-02-2015/122-critica-social-atraves-da-ironia-nas-obras-de-machado-de-assis

ENTRE A GRAVIDADE E O RISO: ROMANTISMO E IRONIA NA CRÍTICA LITERÁRIA DE MACHADO DE ASSIS https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/vertentes/v.%2019%20n.%202/Edilson_Santos.pdf

O Cortiço

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva               Matrícula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                             Matrícula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                            Matrícula: C530FF-8

Redigido por Cibelle Lessa

"O Cortiço" é considerado um dos principais representantes da literatura e que demonstra formas tipológicas, caracterização de ambientes, veracidade da realidade e principalmente crítica sobre a sociedade humana e o ambiente que os próprios personagens recriam. Essas características estão presentes no que se refere à estética naturalista, pois é fundamentada na ideia de que o homem é produto do meio. A obra de Aluizio de Azevedo é dotada dessas características que podem representar uma sociedade recriada baseada no critério de transformar ambientes e a si mesmas. O ambiente em o Cortiço é o retrato do poder, da luxúria, da avareza e das formas tipológicas que são recriadas e ambientalizadas.

No espaço físico desse romance há vários aspectos que destacam esses conceitos. Por se tratar de um ambiente hostil e onde há domínio do coletivo sobre o individual, o homem é definido como produto do meio (social e/ou natural), do momento e da raça a que pertence. Este mesmo espaço não descarta a interferência dos personagens no ambiente. O que se define por espaço físico é a estrutura do lugar, a descrição lógica e objetiva do espaço como cenário; aqui, o ambiente é caracterizado pela função que os personagens desempenham na história, transformando o cenário inerte em um participante da história.

 Muitas vezes, o personagem protagonista é o próprio espaço físico: o Cortiço. Quando analisado o crescimento desse espaço, destaca-se um personagem: João Romão. À medida em que o Cortiço cresce, João Romão cresce também. É possível notar que não é o personagem que modifica o cenário e sim, o próprio cortiço que modifica o personagem. A ideia de coisificação do homem define o mesmo como objeto deste meio.

Insere também nesse contexto a ideia de socialização, pois, no decorrer da obra, com o crescimento do ambiente aparecem personagens que podem ser descritos de formas definidas, mas com características diversas, criando uma interrelação passiva entre ambiente/ personagem.  Esta interrelação que caracteriza o espaço com os personagens pode ser definida pelas próprias sensações sugeridas no texto, como
tensão, conflitos de valores, insinuações moralistas e libidinosas e expressões que definem um ambiente pela sua relação com o personagem; a tensão é marcada, por exemplo, pela disputa entre João Romão, dono do Cortiço e Miranda, dono de uma estalagem.

Esses conflitos de valores também definem essa relação dialética quando personagens se corrompem, como é o caso de Jerônimo- homem que representava o trabalho e a disciplina e se transforma pelo desejo de ter riquezas e de possuir a mulata Rita Baiana. Por estas razões, Jerônimo se torna um malandro preguiçoso; Rita Baiana, "com sua sensualidade e seu sangue quente”, fez Jerônimo esquecer seus valores e tornar-se um produto do meio.

O espaço físico também interage com os personagens e se personifica, como se pode notar no trecho:

[...] eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia
[...]

Quanto ao vocabulário da obra, observa-se que o narrador, em tom neutro, explica o motivo para que as personagens tenham atitudes mal vistas pela sociedade. Há presença do zoomorfismo, retratando suas personagens através da aproximação entre os humanos e os comportamentos animais.

Não segue uma cronologia exata
, afinal as personagens se lembram de fatos anteriores à história, dando ao leitor uma explicação para seus atos.  As descrições do ambiente e das personagens – através do relato de seus hábitos e ambições – eram marcadas pelo uso de elementos auditivos, olfativos e visuais, evidenciando o relato fiel que o autor fez da realidade social daquele período.

Memórias de um Sargento de Milícias

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva                          Matrícula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                                        Matrícula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                                      Matrícula: C530FF-8

Redigido por: Rafael Pereira da Silva

1. (FUVEST) Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:
a) Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os intervalos da boa sorte.
b) Este herói de folhetim se dá a conhecer sobretudo nos diálogos, nos quais revela ao mesmo tempo a malícia aprendida nas ruas e o idealismo romântico que busca ocultar.
c) A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico, genuinamente puro, a ilustrar a tese da "bondade natural", adotada pelo autor.
d) Enquanto cínico, calcula friamente o carreirismo matrimonial; mas o sujeito moral sempre emerge, condenado o próprio cinismo ao inferno da culpa, do remorso e da expiação.
e) Ele é uma espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o medo vão mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo sublimado.
COMENTÁRIO: Leonardo e as demais personagens da obra trazem a literatura do romantismo brasileiro o jeitinho malandro, tipicamente brasileiro, segundo estereótipos, ao resolver problemas e encarar situações adversas. O seu jeito malandro é uma das suas principais características destacadas na obra.

2. (UFRS-RS) Leia o texto abaixo, extraído do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
Desta vez porém Luizinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar com razão ao Leonardo.”
Considere as afirmações abaixo sobre o comentário feito em relação à palavra ingenuamente na última frase do texto:
I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor.
II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções.
III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
COMENTÁRIO: Leonardo é mostrado como um anti-herói e um malandro, sendo assim, suas ações são questionáveis, pois como um bom malandro, sabe tirar vantagens quando necessário.

3. (FUVEST) Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
Glossário:
1algibebe: mascate, vendedor ambulante.
2 saloia: aldeã das imediações de Lisboa.
3maganão: brincalhão, jovial, divertido.
Neste excerto, o modo pelo qual é relatado o início do relacionamento entre Leonardo e Maria
a) manifesta os sentimentos antilusitanos do autor, que enfatiza a grosseria dos portugueses em oposição ao refinamento dos brasileiros.
b) revela os preconceitos sociais do autor, que retrata de maneira cômica as classes populares, mas de maneiras respeitosa a aristocracia e o clero.
c) reduz as relações amorosas a seus aspetos sexuais e fisiológicos, conforme os ditames do Naturalismo.
d) opõe-se ao tratamento idealizante e sentimental das relações amorosas, dominante do Romantismo.
e) evidencia a brutalidade das relações inter-raciais, própria do contexto colonial escravista.
COMENTÁRIO: Por a obra pertencer ao período do Romantismo brasileiro, era esperado que ela seguisse as características presentes no movimento, como por exemplo: a idealização da mulher e o amor extremo, porém isso não acontece, já que ela foge dos moldes estabelecidos.

4. (FUVEST) Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.(Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
Glossário:
1algibebe: mascate, vendedor ambulante.
2saloia: aldeã das imediações de Lisboa.
3maganão: brincalhão, jovial, divertido.
No excerto, o narrador incorpora elementos da linguagem usada pela maioria das personagens da obra, como se verifica em:
a) aborrecera-se porém do negócio.
b) do que o vemos empossado.
c) rechonchuda e bonitona.
d) envergonhada do gracejo.
e) amantes tão extremosos.
COMENTÁRIO: A obra apresenta uma linguagem leve, cômica e popular, diferente das obras românticas que a antecederam, que tinham uma linguagem rebuscada, que, por sua vez, tinha a elite como público-alvo, Nessa obra, feita para o povo e com linguagem conotativa, as personagens são feitas para gerar uma identificação com tal camada da população.

5. (FUVEST) Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.(Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
Glossário:
¹ algibebe: mascate, vendedor ambulante.
² saloia: aldeã das imediações de Lisboa.
³ maganão: brincalhão, jovial, divertido.
No excerto, as personagens manifestam uma característica que também estará presente na personagem Macunaíma. Essa característica é a:
a) disposição permanentemente alegre e bem-humorada.
b) discrepância entre a condição social humilde e a complexidade psicológica.
c) busca da satisfação imediata dos desejos.
d) mistura das raças formadoras da identidade nacional brasileira.
e) oposição entre o físico harmonioso e o comportamento agressivo.
COMENTÁRIO: Assim como a personagem protagonista e as demais personagens em Memórias de Um Sargento de Milícias, em Macunaíma a personagem principal é mostrada com seus defeitos e qualidades, pintando a imagem de um anti-herói, sendo assim, suas ações e desejos nem sempre vem acompanhadas de honra e coragem, como acontece com os heróis românticos.


Senhora

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva               Matrícula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                             Matrícula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                            Matrícula: C530FF-8

Redigido por: Rafael Pereira da Silva

A obra Senhora de José de Alencar apesar de ter um núcleo considerável de personagens femininas, nenhuma se destaca tanto quanto a protagonista Aurélia, pois ela é bastante diferente das demais contidas na trama.
Aurélia, teoricamente, rompe com os papéis femininos das obras consideradas românticas, porque detêm características que fogem do esperado . Ela é uma mulher que ao herdar uma fortuna conduz sua vida com confiança e inteligência. Em vez de demonstrar-se submissa, ela se mostra uma mulher autônoma.
Quando Aurélia se casa com Fernando, fica ainda mais clara a inversão dos papeis sociais das personagens, uma vez que ela possui todo o controle do patrimônio, algo que cabia ao marido dentro do matrimônio, para humilhá-lo e rebaixá-lo por no passado tê-la trocado por outra mulher por causa de dinheiro e ele, assim, se torna seu dependente.
A protagonista possui traços de heroína em sua essência e tem características tanto do que se considera como “mulher fatal” quanto de “donzela em perigo”, tendo uma alternância ao longo da história, Quando ela resolve se vingar de Fernando ela veste as características de mulher fatal, sendo forte e decidida, mas no final revela a sua essência de donzela em perigo mostrando toda a sua fragilidade ao implorar pelo amor de Fernando.
Outras personagens femininas são: Firmina, Camila, Mariquinhas e Nicota.
Firmina é parente distante de Aurélia Camargo e passa a fazer companhia à jovem após a morte de seu avô. Não tem forças, entretanto, para influenciar as decisões de Aurélia.
Camila é mãe de Fernando. Não mede esforços para manter a vida social do filho, mesmo precisando arcar com as dividas da família.
Mariquinhas, irmã de Fernando, assim como a mãe acredita que a família deve se sacrificar pelo rapaz.
Nicota é a irmã mais nova de Fernando e não concorda com os planos da mãe e irmã de sacrificar a economia da família em função de Fernando.

Carta de Caminha / Sermão da Sexagésima

Nome: Bruna Gonçalves Lopes Ferreira da Silva         Matricula: C68938-6
Nome: Cibelle Graziela Lessa                                       Matricula: T43802-0
Nome: Rafael Pereira da Silva                                      Matricula: C530FF-0

Redigido por: Bruna G. L. F. da Silva

Pesquisando sobre a Carta de Pero Vaz de Caminha, podemos encontrar artigos ressaltando a importância desta carta para o inicio da Nação Católica Brasileira, para a construção de uma identidade nacional brasileira através dos relatos detalhados sobre as terras da intitulada “Ilha de Vera Cruz”, suas riquezas, seus habitantes, seus costumes e sobre a ingenuidade e “selvageria” do povo que ali morava.
Analisando a escrita de Caminha, podemos concluir que a carta tinha um cunho descritivo, para que todas as informações coletadas fossem diretamente dirigidas ao Rei de Portugal com clareza e para que houvesse o entendimento que aquelas terras tinham muitas riquezas e que poderia ser facilmente convertida para um domínio português através dos ensinamentos católicos.
Pesquisando sobre o Sermão da Sexagésima de Padre Vieira, podemos encontrar artigos ressaltando sua grande importância como orador, misturando em seus sermões a crença jesuíta com a estética barroca, tornando-os importantes para a prosa Barroca e para a literatura vinda da época da Contrarreforma. No sermão em questão, Vieira questiona a constante perda de fiéis depois do surgimento da Reforma Protestante e procurando um culpado para este fato (que aponta ser o ouvinte e o pregador; Deus é isento de culpa).
A preocupação de Vieira ao escrever este sermão é usar e abusar da arte do conceptismo, visando envolver seu leitor com o conteúdo do texto, envolvendo seus leitores se apropriando da metalinguagem e da arte de persuadir para que seu objetivo (que era trazer mais fiéis ao Catolicismo) fosse cumprido. Utilizando-se de metáforas, analogias, comparações e a alegoria de que os olhos se relacionam diretamente ao ouvinte e ao conhecimento; O espelho se relaciona diretamente com o pregador e a doutrina a ser seguida; E a luz se relaciona diretamente a Deus e a iluminação que ele trás aos seus discípulos.

Referências Bibliográficas

Redescobrimento do Brasil: A Carta de Pero Vaz de Caminha (1971) de Glauco Rodrigues http://www.unicamp.br/chaa/eha/atas/2010/roberta_ribeiro_prestes.pdf
A escrita de Pero Vaz de Caminha e as características da história moderna para o ensino de história. http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/viewFile/248/201
A construção alegórica no Sermão da Sexagésima de Antônio Vieira, por Joise Maria Luft. https://goo.gl/aLjkX8
A LIÇÃO DE BARTHES: A ARGUMENTAÇÃO EM SERMÃO DA SEXAGÉSIMA: BREVE ANÁLISE. http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/article/viewFile/10915/8606

sábado, 22 de abril de 2017

Atividade Prática Supervisionada - Literatura Brasileira (Poesia)

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CURSO: LETRAS
DISCIPLINA: LITERATURA BRASILEIRA - POESIA
PROFESSORA: SIMONE DE ALMEIDA

BRUNA GONÇALVES LOPES FERREIRA DA SILVA    RA: C689386
CIBELLE GRAZIELA LESSA                                           RA: T438020
RAFAEL PEREIRA DA SILVA                                          RA: C530FF-8

APS – ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

Entre tantas opções de livros indicados pelo PNLD para o Ensino Médio, analisamos Ser Protagonista Língua Portuguesa, do autor Rogério de Araújo Ramos. O volume 3, destinado ao 3º ano, apresenta um capítulo destinado ao estudo das poesias religiosas e surrealistas de Murilo Mendes e Jorge de Lima. O aluno é levado a realizar análises comparativas dos textos literários com outras obras artísticas, a observar marcas de uma estética literária e características originais dos textos, a usar conceitos de outras áreas das ciências humanas na leitura literária.

No edital, o livro é apresentado “Para o ensino da literatura, propõe-se estudo cronológico, por meio de textos e autores representativos de “estéticas literárias” de diferentes épocas. A opção pelo viés historiográfico busca situar o leitor no contexto histórico e social dos autores e aproximar os leitores dos textos literários, por meio de estratégias que exploram os estilos desses escritores nas seções da parte que tem como título ‘Literatura’”.

Mesmo diante da abordagem limitada do tema, o autor valoriza a estética da linguagem dos poetas por meio de ordem cronológica e está dentro do parâmetro da PNLD, que diz que “A coleção propõe para o ensino da literatura o seu estudo cronológico, por meio de textos e autores representativos de “estéticas literárias” de diferentes épocas”, tendência caracterizada por contextualização de época e utilização de textos exemplares de autores representativos dos movimentos. Também se observam discussões relevantes sobre o tema proposto e leva o aluno a refletir sobre o que foi transmitido em sala.

Comparado à outras obras, o conteúdo é bem enxuto, com uma linguagem de fácil entendimento que ajuda na fluidez da leitura, mas não permite que o aluno explore tanto as poesias de ambos poetas. Por ter muitos blocos de leitura em uma mesma página, torna-se mais difícil o aprofundamento em uma ou outra poesia e há, de certa forma, poluição visual que pode deixar o aluno confuso, embora corresponda à descrição de “Além de informações sobre quem é o autor, outras informações preparam e apoiam o leitor para compreender o contexto de circulação dos textos”

Todo estudante do terceiro ano do Ensino Médio tem duas preocupações em sala de aula: o presente, que são as provas aplicadas dentro da escola e o futuro, que são os testes aplicados no ENEM e nos vestibulares. Conforme edital, “trata-se, portanto, de superar duas tendências tradicionais do ensino médio: de um lado, a preocupação praticamente exclusiva com o prosseguimento nos estudos e, por consequência, com o sucesso no vestibular; de outro, o distanciamento crescente das culturas juvenis e da realidade mais imediata e concreta do aluno, principalmente o de camadas populares”. Por ter um conteúdo extremamente simples, talvez não atenda a preocupação de sucesso do aluno no ingresso às universidades. A obra os ajuda a compreender razoavelmente este período da literatura e também propõe atividades que articulem diferentes disciplinas, aprofundando as possibilidades de abordagem e compreensão de questões relevantes para o aluno do ensino médio.